sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Problemas no Hallux Valgus , mais conhecida como joanete


Oi Gente !

Muitas meninas (e as suas mães) preocupam-se com a possibilidade de desenvolver deformações que deixam com má aparência e dolorosas os seus pés. Esta é uma preocupação muito real! Enquanto o trabalho de pontas não causa joanetes na maioria das pessoas, se este for iniciado muito cedo, ou, se existir uma predisposição familiar para desenvolver joanetes (especialmente do lado materno).
TPPB1O QUE É UM JOANETE?
Vamos começar com uma pequena discussão sobre o que realmente é um joanete. Um joanete (Hallux Valgus) é uma protuberância anormal do osso que se forma na base do dedo grande, a qual pode ficar vermelha e inflamada. Frequentemente, a amplitude de movimento do dedo grande fica restringida, e, até trabalhar na meia-ponta pode ser difícil.
Um joanete é um desalinhamento da articulação do dedo grande, com um desvio interno do mesmo e o desenvolvimento de um osso grande da articulação, de modo que os dedos deixam de parecer alinhados. Enquanto muitas pessoas pensam que o problema é o dedo grande estar desviado internamente, muitas vezes o problema inicia quando o 1º metatarso (o maior osso do pé que se articula com o dedo grande) começa a angular para fora do pé.
ANATOMIA DO JOANETE
O pé é composto por muitos ossos pequenos que se dispõem perfeitamente unidos, formando muitas articulações. A articulação do dedo grande engloba o primeiro metatarso e a falange proximal do dedo.
Um joanete forma-se quando a base do dedo (primeiro metatarso) se desvia para fora do segundo metatarso. O 1º metatarso roda e colapsa e, assim, deixa de estar em alinhamento correto. Então, a ponta do primeiro dedo roda e desvia internamente.
Ao longo do tempo, devido ao stress contínuo, causado pela posição alterada da articulação e a irritação que isso causa, a articulação pode ficar inflamada.
O QUE LEVA À FORMAÇÃO DE UM JOANETE?
Os joanetes podem ser causados pelos seguintes fatores:
  • Hereditários (especialmente por via da linha feminina)
  • Rolar os pés internamente (pronação)
  • Andar com os pés em turnout (para fora)
  • Fraqueza dos músculos que controlam o dedo grande
  • Fraqueza dos músculos intrínsecos do pé
  • Apoio sobre o dedo grande num tendu, especialmente para à la second derrière
  • Reduzida mobilidade do dedo grande quando em meia-ponta
  • Amplitude de ponta limitada
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
  • Alteração do alinhamento do primeiro dedo
  • Dor na articulação do 1º dedo com o movimento
  • Restrição da amplitude de meia-ponta
  • Inflamação da articulação do 1º dedo
  • Rotação do 1º dedo, levando a que a unha deixa de estar virada para cima
  • Ocasionalmente ocorre hematoma da unha do dedo
TRATAMENTO EFICAZ
tppb2Dependendo do número de fatores causadores dos joanetes, assim devem ser implementados uma série de exercícios para assegurar o correto alinhamento e estabilidade do membro inferior. Muitos dos exercícios direcionados a estas áreas estão descritos em detalhe em O Livro para As Pontas Perfeitas e no programa Controlo Avançado dos Pés para Bailarinos. Outros tratamentos que podem ajudar a lidar com joanetes incluem:
  • Calçado de suporte com a largura correta e suporte do arco podem provocar alívio – calçado como as sapatilhas de ballet, chinelos e botas Ugg (ou pantufas) devem ser evitados.
  • Mobilização da parte média do pé para ajudar a realinhar o dedo corretamente, e, depois, utilizar ligaduras/tape e espuma de revestimento na sapatilha para manter o dedo em alinhamento.
  • Ligadura funcional para ajudar a trazer o 1º metatarso em direcção ao 2º e corrigir qualquer rotação e abatimento do 1º metatarso.
  • Espuma de revestimento cortada na forma de um donut para retirar a pressão sobre a parte de fora do dedo grande.
Para mais informações e vídeos sobre como lidar com joanetes, por favor verifica o nosso especial Relatório de Lesão “Adeus Joanetes”. Este PDF tem tudo o que precisas saber sobre como prevenir e lidar com joanetes, e inclui vídeos e técnicas de ligaduras para te ajudar.
http://www.theballetblog.com/portfolio/o-trabalho-de-pontas-causa-joanetes-does-pointe-work-cause-bunions/
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Feliz dia da (o) Bailarina (o)




Feliz dia da(o) Bailarina(o)

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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A neurociência da dança




dance ballet dancer ballerina pointe


Oi Gente !

Os neurocientistas há tempos estudam movimentos isolados como as rotações do tornozelo ou o tamborilar dos dedos. A partir desses trabalhos, sabemos o básico sobre como o cérebro coordena ações simples. Pular com um pé só – e nem tente dar tapinhas na cabeça ao mesmo tempo – exige cálculos relacionados à consciência espacial, ao equilíbrio, intenção e sincronismo, entre outras coisas, no sistema sensório-motor do cérebro. Em poucas palavras, uma região chamada córtex parietal posterior – na parte de trás do cérebro – traduz informações visuais em comandos motores, enviando sinais para as áreas de planejamento do movimento no córtex pré-motor e na área motora suplementar. Essas instruções então se projetam para o córtex motor primário, que gera impulsos neurais que viajam para a medula espinhal e para os músculos, provocando sua contração.
Ao mesmo tempo, os órgãos sensoriais nos músculos mandam uma resposta ao cérebro, dando a orientação exata do corpo no espaço por meio de nervos que passam pela medula espinhal até chegarem ao córtex cerebral. Os circuitos subcorticais do cerebelo, localizados na parte de trás do cérebro, e dos gânglios de base, no núcleo do cérebro, também ajudam a atualizar os comandos motores com base na resposta sensorial e no ajuste de nossos movimentos reais. O que permanece sem resposta é se esses mesmos mecanismos neurais se ampliam para permitir que essas manobras sejam tão graciosas quanto uma pirueta, por exemplo.

Para responder a essa questão, realizamos o primeiro estudo de imageamento cerebral dos movimentos da dança, em conjunto com nosso colega Michael J. Martinez do Health Science Center da University of Texas, em San Antonio, usando dançarinos amadores de tango como objeto de estudo. Escaneamos o cérebro de cinco homens e cinco mulheres usando a tomografia de emissão de pósitrons, que registra as mudanças no fluxo sangüíneo cerebral seguidas por mudanças na atividade cerebral. Os pesquisadores interpretam o aumento no fluxo sangüíneo em uma região específica como sinal de uma atividade maior entre os neurônios da região. Nossos voluntários permaneceram parados dentro da máquina de tomografia, com a cabeça imobilizada, mas movendo as pernas e deslizando os pés por uma superfície inclinada. Primeiro, pedimos que fizessem o passo quadrado, derivado do passo básico do tango argentino chamado salida, sincronizando seus movimentos no ritmo das músicas que ouviam por fones. Em seguida, escaneamos o cérebro dos dançarinos enquanto flexionavam os músculos da perna no ritmo da música, sem de fato moverem esses membros. Ao subtrair a atividade cerebral obtida por essa simples flexão daquela registrada enquanto “dançavam”, fomos capazes de focar nossa atenção em áreas cerebrais vitais para direcionar as pernas pelo espaço, gerando padrões específicos de movimento.

Como era esperado essa comparação eliminou muitas das áreas motoras básicas do cérebro. No entanto, a porção não eliminada era uma parte do lobo parietal, que contribui para a percepção espa Parcial e a orientação em humanos e em outros mamíferos. Na dança, a cognição espacial é primeiramente cinestésica: você sente o posicionamento do seu tronco e membros o tempo todo, mesmo com seus olhos fechados, graças aos órgãos sensoriais dos músculos. Eles graduam a rotação de cada junta e a tensão em cada músculo e retransmitem essas informações para o cérebro que gera uma representação articulada do corpo como resposta. Mais especificamente, identificamos ativação no precuneus, região do lobo parietal muito próxima de onde fica a representação cinestésica das pernas. Acreditamos que o precuneus contenha um mapa cinestésico que permite uma consciência do posicionamento do corpo no espaço enquanto as pessoas se movem à sua volta. Não importa se alguém está dançando uma valsa ou andando em linha reta: o precuneus ajuda a traçar seu caminho e assim o faz a partir de uma perspectiva centrada no corpo – ou “egocêntrica”.

Em seguida, comparamos as tomografias da dança com aquelas realizadas enquanto nossos voluntários faziam os passos do tango sem música. Ao eliminar as imagens das regiões do cérebro em comum ativadas pelas ações, esperávamos identificar áreas críticas para a sincronização dos movimentos com a música. Novamente, essa subtração removeu praticamente todas as áreas motoras do cérebro. A diferença principal estava na parte do cerebelo que recebe informações da medula espinhal. Embora ambas as condições tenham ativado essa área – o vérmis anterior – os passos de dança sincronizados com a música geraram significativamente mais fluxo de sangue no local que a dança auto-ritmada.

Embora preliminares, nossos resultados nos levam a crer na hipótese de que essa parte do cerebelo atua como um tipo de maestro, monitorando as informações em várias regiões do cérebro para ajudar a orquestrar as ações (ver “O cerebelo reconsiderado”, por James M. Bower e Lawrence M. Parcial sons, Scientific American Brasil no16, setembro de 2003). O cerebelo como um todo atende a todos os critérios para um bom metrônomo neural: recebe uma ampla gama de informações sensoriais dos sistemas corticais auditivo, visual e somatossensório – uma capacidade necessária para sincronizar movimentos a diversos estímulos, desde sons até flashes luminosos e toque; e contém representações sensório-motoras para o corpo inteiro.

Inesperadamente, nossa segunda análise também elucida a tendência natural que os humanos têm de bater os pés inconscientemente ao ritmo de uma música. Ao comparar as imagens dos movimentos sincronizados com a música às dos movimentos auto-ritmados, descobrimos que uma parte inferior da via auditiva, uma estrutura subcortical chamada núcleo geniculado medial – MGN, na sigla em inglês –, era ativada apenas durante a primeira ação. No início, partimos do pressuposto de que esse resultado refletia meramente a presença de um estímulo auditivo – isto é, a música – na situação sincronizada, mas outro conjunto de imagens de controle excluiu essa interpretação: quando nossos voluntários escutavam música, mas não moviam suas pernas, não detectamos mudança no fluxo sangüíneo do MGN.

Assim, concluímos que a atividade do MGN refere- se especificamente à sincronização e não apenas ao ato de ouvir. Essa descoberta nos levou a admitir a possibilidade de uma hipótese de “caminho menos honrado” em que o sincronismo inconsciente ocorre quando uma mensagem auditiva neural se projeta diretamente nos circuitos auditivos e de ritmo presente no cerebelo, desviando-se de áreas auditivas superiores no córtex cerebral.

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_neurociencia_da_danca.html

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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Bailarinos são vítimas constantes de lesões nos joelhos.


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Seja clássico ou moderno, o balé é um dos estilos que mais capacita, em termos musculares, um profissional da dança, além de trabalhar diversos grupamentos  musculares. Entretanto, são justamente os bailarinos que mais se machucam em aula, seja devido a traumas e entorses, sobrecarga física e corporal e à dura rotina de ensaios e apresentações. Muito embora a dor seja grande, é comum não seguirem as recomendações médicas. Isso ocorre porque o conselho nos casos de lesões, geralmente, é sempre o mesmo: largar a dança, mesmo que por um curto período de tempo.


Segundo Daniel Ramallo, do Instituto Nacional de Ortopedia e Trauma ortopedia (INTO-RJ), uma das regiões mais atingidas nos atletas da dança são os joelhos.  “As lesões mais comuns são entorses e contusões decorrentes de traumas. Menos frequentes as lesões meniscais, lesão interna da articulação acometendo o “amortecedor” do joelho, pode levar a inchaço local, dor e incapacidade de dançar. A lesão do ligamento cruzado anterior, que é o rompimento da principal estrutura que estabiliza a articulação também  pode ocorrer e a reconstrução  por vídeo deve ser realizada”, diz o especialista, que é ortopedista da Companhia de Dança Deborah Colker.
O tratamento com o ortopedista se diferencia dos demais porque ele não exige que as bailarinas parem de dançar na maioria das lesões. “O tratamento pode ser feito mantendo o condicionamento e consciência corporal, com adaptação dos treinos e utilização do conhecimento da mecânica individual para fazer o paciente voltar a ter uma ótima condição muscular”, afirma. Para o médico, no caso da lesão do ligamento cruzado anterior, a recuperação é mais lenta, até porque a cirurgia demanda alguns meses para completa recuperação do joelho.
“Já no caso das lesões funcionais e musculares, é imprescindível reabilitação sob supervisão médica para a recuperação da força do aparelho flexor e extensor”, explica  Ramallo, lembrando que qualquer tratamento depende do tipo de lesão e da gravidade com que ela se apresenta. E faz uma ressalva: “Bailarinos trabalham muito a parte técnica e nem sempre um trabalho de reforço muscular e de aprimoramento dos movimentos e reflexo acompanham a parte física, o que dá brecha para o desenvolvimento de várias lesões”.
Ramallo ainda aponta: “No geral, os bailarinos são muito perfeccionistas. Só que o corpo nem sempre corresponde a essa exigência. Muitas lesões também ocorrem por sobrecarga muitas vezes fora dos períodos de treino em que ao invés de descansar, os atletas por conta própria complementam sem orientação o treinamento físico, criando um ambiente propicio ao excesso de treinamento e menor tempo de recuperação”, finaliza o especialista.
Fonte: http://www.jb.com.br
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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Quais os exercícios vão manter a articulação dos meus dedos quando eu estou na ponta?

Oi Gente!

No post de hoje é da revista americana Point sobre a articulação dos pés. Espero que vocês gostem!

Quase todas bailarinas tem a certamente a experiência quando era jovem. De acordo com Dr. Frank Sinkoe, um podólogo que trabalha com estudantes no Centro de Ballet Atlanta para a Educação Dance, um problema na articulação é geralmente um sinal de que os músculos intrínsecos estão fracos, e estão localizado no arco do pé. Mas também é um sinal de que você está usando a sua técnica de forma incorreta. Enquanto na ponta, você deve sentir os músculos em seus pés e pernas puxando para cima e para fora do sapato e  não afundando nele. Pergunte ao seu professor para monitorar o seu posicionamento de perto para identificar eventuais deficiências técnicas e seu alinhamento está correto. Enquanto isso, Dr. Sinkoe ​​recomenda estes três exercícios de fortalecimento, que têm como alvo diferentes grupos musculares.

Cúpula: Isso fortalece os músculos intrínsecos. Sente-se no chão com uma plana pé no chão. Lentamente arrastar os dedos dos pés para trás, mantendo-os em linha reta e longa (não enrolada!), Criando uma forma de "cúpula" com o seu arco. Mantenha a posição por alguns segundos e retornar à posição inicial, mantendo os dedos em linha reta. Repita 10 vezes em cada pé.

(Photo by Nathan Sayers)

Exercício deThera-Band exe: Sente-se no chão e enrole uma Thera-Band embaixo da bola de seu pé, segurando as extremidades em suas mãos. Apontar os dedos, mantendo-os em linha reta em vez de mastigado. A manutenção de uma posição aguçado, flex e apontar os dedos contra a resistência da banda, mantendo-os tanto tempo quanto possível. Repita 10 vezes. Isso também irá ajudar a fortalecer os músculos intrínsecos.

O pé relevés: segurando a barra, ficar em paralelo em um pé. Relevé, atingindo plena meia-ponta em duas contagens. Lentamente rolar para baixo em quatro contagens. Repita 10 vezes em cada perna. Isto irá ajudar a fortalecer os músculos gastrocnêmio e sóleo de sua panturrilha, assim como os músculos "estribo", que envolvem em torno do tornozelo e apoiar o arco.

Outro razão dos dançarinos terem problema na articulação é usar saptilhas que não tem suporte ou não são do tamanho correto. Se você acha que seu sapato pode ser o problema, faça uma consulta com um profissional de sapatilha de ponta, pois ele pode encontrar uma opção melhor.

Fonte: http://pointemagazine.com/inside-pt/ask-amy-pirouette-prep/
Fotos: Nathan Sayers

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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Como se preparar para um novo papel: Kevin Jackson conta sua visão para compor o príncipe Désiré.


Oi Gente!

Nessa entrevista o bailarino Kevin Jackson conta como foi a construção do papel do príncipe na recente montagem do Australian Ballet - A Bela Adormecida (2015). O melhor; Kevin fala de aspectos e linhas de pensamentos que você poderá seguir para estudar vários outros personagens. Além de entender melhor este personagem especificamente. 
 Como a narrativa dos repertórios acontece unicamente pela pantomima, a interpretação precisa ser minuciosamente estudada, estar exatamente de acordo com cada nota musical e tudo isso dentro da técnica do ballet clássico. 

Pensando como o príncipe Désiré: 

“ O príncipe Désiré tem uma bela jornada, que começa solitária até se apaixonar e encontrar uma nova alegria e o mais profundo e verdadeiro amor. 

Eu o  vejo como uma alma um pouco perdida que está sempre em busca de algo a mais na vida, então quando resgata a princesa Aurora e encontra os pais dela, O Rei e a Rainha, ele também encontra o príncipe que há nele. 

A história se desenha com a Bela Adormecida, o príncipe não é o agente da história - tudo gira em torno da Fada Lilás e Carabosse, ele nunca está no controle completo. Então, a coisa mais importante em minha mente é fazer dele um personagem forte, sem a necessidade de ser um tipo de guerreiro, e o que me ajuda nessa construção é dar -lhe uma história de fundo que me ajude a encontrar as características dele. 

A primeira vez em que vi uma produção deste ballet, eu estava prestes a completar 11 anos em Perth, acho que foi com o Kirov. Me lembro de ter sido grande e opulento, com tudo o que se espera do ballet russo tradicional. No meu primeiro ano na Escola do Australian Ballet, fizemos o casamento de Aurora e eu era um cortesão. Em 2005, o Australian Ballet dançou a produção de Stanto  Welch, e eu fiz vários papeis diferentes.”


Sobre ser partner: 

“ Como bailarino, estamos sempre em busca de ajudar a nossa partner a ter um bom aspecto em cena. Nessa versão de David, o Príncipe tem apenas um pas de deux com a Aurora. Mas no terceiro ato ela já passou por muita coisa, são dois atos de solos!"
 O Adagio da Rosa é incrivelmente difícil para a bailarina e eu só preciso ser como uma rocha dando o melhor apoio para ela. O pas de deux deve ser absolutamente lindo e o ponto alto da noite. 

 Nós temos parceiros diferentes em diferentes obras e Lana Jones não era a minha parceira desde de Manon em 2014,  então nos primeiros ensaios tivemos que aprender onde colocar o peso, ou se seria necessário  empurrar mais para fora na pirouette, e ainda pensar coisas como; onde nos olharmos e como iríamos mostrar o nosso amor. 
 Nesse ballet temos pouco tempo como casal, ela acorda e logo depois acontece o casamento, não há intervalo! Então precisamos encontrar uma maneira de construir o amor em cena para torna-lo realista neste curto tempo."

O trabalho com o diretor David McAllister:  

“É emocionante ver como ele entrou no papel de coreógrafo tão facilmente, está inspirado e animado e cada ensaio têm sido edificante, divertido e cativante." 

Gosto na versão de David, porque ele realmente se envolve com as histórias de contos de fadas, sendo um leitor ávido - e realmente acredita em um outro mundo. Sabemos que existem preocupações, mas ele não deixa isso chegar até os ensaios. 
 O trabalho caminhou rapidamente, David pensou sobre isso por um longo tempo, então sabia o que queria em cada cena e conhece a música perfeitamente. 

Ás vezes, somos mais reservados com os coreógrafos e temos um certo receio de não concordar com o que está sendo feito, mas eu estou totalmente comprometido com a visão de David admirando o que ele faz,  dando aquela sensação de tradição mantendo a grandeza e a mímica clássica. “


O estilo ultra-clássico de Petipa: 

“Eu procuro não faze-lo demasiadamente acadêmico, pois  mesmo em um repertório estritamente clássico é preciso haver fluidez. Não gostaria de ser visto executando passos como na sala de aula. Quero ser capaz de expressar da maneira mais clara a emoção da história.

Na cena da caça, por exemplo, tenho o solo da saudade com grande quantidade de saltos controlados e curvas lentas, o que pode fazer realmente o espectador pensar tecnicamente, mas eu procuro a ligacão com a Fada Lilás, desejando e procurando algo.
Trata-se de respirar a emoção através dos meus músculos, buscando o movimento de dentro pra fora.”

A parte preferida do ballet: 

"O pas de deux do terceiro ato é tão icônico e belo!  Eu amo as pescadas, a música e as surpresas,  assisti-lo é sempre emocionante pra mim, e dança -lo com Lana me faz sentir confortável, ela é muito destemida, centrada e confiante, o que torna fácil para mim ler o que ela vai fazer."

Tradução e adaptação Milena Pontes  - da entrevista original de Rose Mulready | fonte: The Behind Ballet / http://www.tutu4love.com.br




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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O balé é uma forma de arte ou um esporte?


Oi gente !

Nos acabamos de ter Olimpíadas no Rio e ainda fica aquela imagem das meninas da Ginástica  artística e rítmica que misturam o esporte com balé, porém será que o balé também pode ser considerado um esporte ?  

O balé com todo seu encanto e sua delicadeza, movimentos que parecem fazer os bailarinos flutuarem.  Para o bailarino profissional dar essa impressão de leveza, no entanto, é preciso passar por um longo período de muita técnica e atividade física. É aí que surge a tal pergunta: afinal, balé é esporte ou não? Para alguns a dança é um esporte, e como todos os outros, é também uma atividade física que traz benefícios para quem a pratica.  Em contrapartida, para outros o balé é pura arte, assim como a música, e não se define como esporte. A história do balé ser ou não  esporte já deu o que falar, o que não  faz mudar de forma alguma a beleza e o puro encanto que ele traz.   

Para ser um bailarino de destaque é necessário treinar o corpo durante anos, com muito esforço físico. O balé é dança, é movimento, expressão corporal, emoção e por que não adrenalina? O filme “Cisne Negro” que relata a vida de uma bailarina, interpretada pela atriz Natalie Portman, em busca do sucesso profissional e a própria satisfação pessoal de fazer um dos papéis mais difíceis da dança clássica. Assim como no filme, para alcançar o topo como bailarina é necessário disciplina e preparo físico.

Lauren Cuthbertson - A World Stage 2011/12 © ROH 2011


O balé transcende no aspecto físico, embora o englobe 100% das vezes. É uma forma de se ver, se conhecer e se colocar no mundo: física e emocionalmente. Para muitos como a praticante de balé desde os 7 anos, Ana Júlia, a modalidade é sim arte, mas hoje aos 17 anos a estudante da capital paulista, considera o balé como seu esporte também. “Nunca gostei de esportes tradicionais, descobri a atividade física no balé. É uma maneira de deixar o estresse de lado, e tenho paixão pelo balé, por isso digo que é o  meu esporte’’, conta Ana Júlia.

World Stage 2012 - Edward Watson © ROH 2012

Mas há quem defenda com unhas e dentes que balé não é esporte. A polêmica é tanta que uma comunidade foi criada em uma rede social com o seguinte título “Ballet não é esporte’’ tendo em sua descrição o seguinte: “gente essa é uma comunidade pra quem, como eu, tem certeza de que ballet não é um esporte, É ARTE...então vamos nos reunir e mostrar para as pessoas que nós não somos esportista e sim artistas”. 
O bailarino de Campinas, Lucas Silva de 21 anos, também discorda do balé ser visto como esporte. “Quando comecei no balé, logo percebi que era diferente, balé não é esporte e não é apenas arte também, é mais que isso. O balé é sentimento, é uma história que vem da pura arte”, conta Lucas que desde seus 5 anos pratica o balé.

Na entrevista à ABC australiana, Amy Harris, um dos melhores dançarinos de balé da Austrália, nomeado para o prêmio da nação mais rica da dança clássica em 2010, falou exatamente da dedicação que é preciso para se tornar um bailarino profissional e considerou o balé como sendo um esporte também: "nós gostamos de nos chamar de atletas porque nós treinamos todos os dias como um jogador de futebol ou um jogador de tênis e nossos shows são como uma espécie de jogo grande... Um jogador de futebol tem uma bola de futebol e um jogador de tênis tem uma raquete, mas para um bailarino  seu corpo é seu instrumento e deve estar em plena forma.”

Pode não haver um vencedor ou perdedor, como em uma partida de futebol, mas a preparação e a dedicação, exigida pelos bailarinos na liderança, rivalizam com qualquer jogador de futebol. O importante é que o balé existe e ao som da música, com passos cadenciados envolve expressões de sentimentos. Sentimentos esses que cabe a cada um considerar somente arte, ou como seu esporte.

Fonte:http://www.livresportes.com.br


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